Controle X Desapego

24 janeiro, 2015




Inevitavelmente cada encontro é precedido de uma perda.
Sempre deixamos algo para trás quando alçamos outros voos, por quaisquer que sejam os motivos ou obviedades.
Talvez por isto seja tão difícil o desapego, pois ao nos dar conta de deixar ir o que já não funciona ou que não nos cabe mais, temos que acolher o novo, rico de possibilidades, positivas ou não, mas que nos impõe lidar com aquilo que chamamos de desconhecido. E é esse desconhecido que amedronta, que trava e que nos põe relutantes perante à ações novas.
Parece uma contradição permanente: largar ou ficar; desapegar ou permanecer na zona de conforto, que nada nos cobra ser ou ter que ir adiante.
Travamos na maioria das vezes aquilo que quer eclodir dentro de nós, pela presença  do novo. Tentamos controlar as variáveis de tudo o que nos norteia, para enfim, adquiramos a segurança de que nada vai sair do lugar, pois continuar com o arcaico nos dá a legitima impressão não só de controlarmos as situações que nos circundam, como também nos dá a sensação de que o novo desperta menos dor.
Sair da zona de conforto e deixar vir o que por ordem natural se propõe a vir, gera em nós um pânico, mas nada que não seja administrável.
Pois quando largamos mão de ter o controle de cada situação ou pessoa, é que nos damos conta que tudo flui com maior leveza e suavidade, pois deixamos de frear o que naturalmente se impõe como necessário ao nosso crescimento e desenvolvimento. E este frear o novo, vai nos custar caro mais para frente...
Arduamente aprendemos a duras penas que tornar a vida mais leve e saudável tem uma relação direta com o desapego e a ilusão tola de que podemos controlar o mundo a nossa volta.
Tudo é passível de acontecer. Com nosso controle ou não.
Só a morte nos é dada, só disso sabemos que não termos escapatória.
E é tendo  essa verdade no aqui e agora é que podemos usufruir e viver com magnitude e despojamento as contradições, as durezas e as peripécias da arte de viver, e conseguir manter-se vivo e de certo modo satisfeito com todas as novas chances e felicidades que ora se descortinam.
Que nós nos tornemos  dentro do possível senhores do que nos cabe gerir e mudar em nossas vidas.
E quanto ao resto, VIVAMOS!!!

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